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Tartaruga Pininga Essa espécie de tartaruga, quando jovem, apresenta carapaça de coloração marrom com pouco contraste, os escudos pleurais apresentam grandes ocelos, isto é, pontos vermelho–alaranjados cercados por anéis pretos, marrom e laranja. Os escudos vertebrais apresentam riscas paralelas, laranja, marrom e pretas. Os escudos marginais dorsais apresentam marcas avermelhadas, tanto no escudo anterior quanto no posterior. Nos animais adultos, o padrão de cor muda gradualmente para um padrão dorsal de pintas pretas e marrons, ventralmente as margens se mostram irregulares com ocelos pretos e marrons sobre uma mancha laranja pálida. Sua carapaça possuí um formato mais ovalado ou elíptico se comparada ao Tigre d'água brasileiro (Trachemys dorbigni). O plastrão tem um padrão verde-oliva, faixas da borda escuras, sobre um fundo amarelado com marcas transversais. Nas Tigres d'água, o plastrão apresenta fundo amarelo, padrão preto e marcas longitudinais. O parte de cima da cabeça é preta, indo para um tom cinza escuro na parte de trás da cabeça. Em cada região temporal existe uma faixa sinuosa irregular pós-orbital, amarelo-alaranjada. Não possuem vermiculações, comuns nas Tigres d'água e na T. adiutrix as listras são mais largas, com um padrão menos delicado. O padrão de pele dos membros é parecido com à do pescoço. Os membros posteriores apresentam dorsalmente uma faixa amarela obliqua até o joelho. A cauda, completamente escamosa, apresenta um padrão de faixas longitudinais pretas e amarelas. O ambiente de lagoas das dunas apresenta períodos chuvosos e secos bem definidos, onde as tartarugas são mais ativas e se deslocam mais nos períodos chuvosos do que nos períodos secos. Os períodos secos ou de estiagem começam geralmente em julho e se estendem até fevereiro. Durante a seca, as Tartarugas Pininga se escondem abaixo de moitas arbustivas ou se enterram na areia. Elas reservam energia reduzindo suas atividades durante as épocas de seca extrema, chegando a perder cerca de 8,4% de massa durante este período. As populações de T. adiutrix que ocorrem em lagos permanentes, não experimentam sazonalidade de habitat e restrição alimentar. Estas populações não estivam durante as estações secas e possuem uma taxa de crescimento maior do que as populações que estivam. A espécie apresenta uma área média de ocupação ou área total que um animal percorre durante a realização de suas atividade para esta espécie é de 4,56 ha. As fêmeas são maiores que os machos, sendo o tamanho máximo encontrado para as fêmeas foi de 25,1 centímetros de comprimento linear de carapaça e 22,0 centímetros de comprimento linear de carapaça para machos. As fêmeas iniciam idade reprodutiva entre 10,1 e 12,8 centímetros de comprimento linear de carapaça e machos com 9,9 centímetros de comprimento linear de carapaça. As fêmeas realizam desova de maneira isolada, com apenas um período reprodutivo por ano, que varia entre os meses de junho a setembro. O número de ovos por postura varia entre 2 e 14 ovos, as tartaruguinhas costumam nascer entre janeiro e fevereiro, medindo em média cerca de 3,5 ± 0,2 centímetros, isto é, variando de 2,79 a 3,78 centímetros. Essa espécie foi descrita na localidade de Santo Amaro, nas bordas do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, por P.E. Vanzolini em 1995. Desde então, tem se acompanhado a decadência populacional da espécie devido principalmente a realização de queimadas nas pastagens secas no fim do período de seca, visando a renovação da pastagem para o consumo bovino. Cerca de 5% dos indivíduos de uma população estudada na região dos Pequenos Lençóis Maranhenses apresentaram cicatrizes de queimaduras. Essa espécie é também muito utilizada para a alimentação humana e como animal de estimação pelos moradores rurais e urbanos. O casco torrado e moído é utilizado na medicina popular como cicatrizante. Para proteger essa espécie foram criadas áreas de preservação como: a Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba (MA/PI/CE), Reserva Extrativista Marinha do Delta do Parque Nacionalíba (MA/PI), Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (MA), Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense (MA), Área de Proteção Ambiental Upaon-Açu/ Miritiba/ Alto do Rio Preguiças (MA), Área de Proteção Ambiental da Foz do Rio Preguiças / Pequeno Lençois (MA), Área de Proteção Ambiental Upaon-Açu/ Miritiba/ Alto do Rio Preguiças (MA) e Área de Proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses (MA). Dados do Quelônio: Nome: Tartaruga Pininga, Tigre d'água do nordeste, Juraraca, Jurará, Capininga, Cágado, Carvalho´s slider, Brazilian Slider. Nome Científico: Trachemys adiutrix Local de origem: Brasil Peso: Cerca de 2 quilogramas Tamanho: 25 centímetros de comprimento Alimentação: Onívora Classificação científica: Reino:Animalia Filo:Chordata Subfilo:Vertebrata Classe:Reptilia Ordem:Testudines Família: Emydidae Gênero: Trachemys Espécie: Trachemys adiutrix Vanzolini, 1995 Fotos: - Richard Carl Vogt, 2006 (1ª foto). - Isabel Ely, 2006 (fotos lagoa seca). - Alexandre Batistella, 2005 (fotos lagoa com plantas). Referências: - Barreto, L.; Lima, L.C. & Barbosa, S. 2009. Observations on the ecology of Trachemys adiutrix and Kinosternon scorpioides on Curupu Island, Brazil. Herpetological Review, 40: 283-286. - Batistella, A.M. 2008. Biologia de Trachemys adiutrix (VANZOLINI, 1995) (Testudines, Emydidae) no litoral do nordeste - Brasil. Tese. (Doutorado em Biologia de Água Doce e Pesca Interior). Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia-INPA. 82p. - Batistella, A.M.; Potter, C. & Vogt, R.C. 2008. Geographic distribution. Trachemys adiutrix. Herpetological Review, 39: 108. - Ely, I.; Verrastro, L.; Carl Vogt, R.,"Área de vida, movimento e habitat utilizado por Trachemys adiutrix vanzolini, 1995 (testudines – emydidae) na região dos pequenos lençóis maranhenses, Brasil", Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. - Ernst, C.H.; Batistella, A.M. & Vogt, R.C. 2010. Trachemys adiutrix. Catalogue of American Amphibians and Reptiles, 869: 1-4. - Tortoise & Freshwater Turtle Specialist Group 1996. Trachemys adiutrix. The IUCN Red List of Threatened Species 1996. - Vanzolini, P.E. 1995. A new species of turtle, genus Trachemys, from the state of Maranhão, Brazil (Testudines, Emydidae). Revista Brasileira de Biologia, 55: 111-125. Obs.: Caso encontre alguma informação incoerente contida neste site, tenha alguma dúvida ou queira alguma informação adicional é só nos mandar um e-mail. Tenha uma boa consulta !!!. |