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Inicialmente os naturalistas consideraram que as tartarugas gigantes de galápagos eram a mesma espécie das tartarugas gigantes do oceano indico (Aldabrachelys e Cylindraspis), acreditando que navios haviam transportado espécies de ilhas de um oceano para outro. Em 1676 Claude Perrault classificou as espécies de tartarugas gigantes agrupadas em um só grupo, "Tortue des Indes" (Tartarugas das indias). Em 1783 Johann Gottlob Schneider manteve esse agrupamento, classificando-as de forma cientifica como Testudo indica (Tartarugas das indias). Em 1812 August Friedrich Schweigger também manteve o agrupamento e alterou a nomenclatura para Testudo gigantea (Tartarugas gigantes), para evitar confusões com outras tartarugas originárias das indias. Em 1824 Quoy e Gaimard classificaram como Testudo nigra (Tartaruga negra). Em 1827 Harlan identifica a espécie como Testudo elephantopus (tartaruga pé de elefante). Em 1834 André Marie Constant Duméril e Gabriel Bibron após a realização de novos estudos, classificaram as tartarugas gigantes de galápagos em uma outra espécie e nomearam Testudo nigrita (Tartaruga negra). Gray em 1853 classifica como Testudo planiceps. Garman em 1917 classificou como Testudo typica e Testudo clivosa. Williams em 1952 sugeriu uma subdivisão do grupo Testudo (Chelonoidis) elephantopus. Pritchard em 1967 adapta a nomenclatura onde todos os quelônios terrestres foram adicionados Geochelone (Chelonoidis) elephantopus (Tartaruga terrestre pé de elefante). Após os anos 90 as tartarugas terrestres sul americanas passaram a ser consideradas um subgrupo elevado há um status de gênero, foi então criado o novo gênero Chelonoidis para elas. Este gênero é o mais aceito atualmente para as tartarugas gigantes de galápagos, que em 2014 também sofreram uma drástica alteração onde as diversas populações de cada ilha que eram consideradas subespécies diferentes passaram a ser consideradas espécies diferentes. A primeira sistematica para as tartarugas gigantes foi criada por Albert Günther do Museu Britânico em 1875. Günther identificou 5 populações distintas de tartarugas de galápagos e 3 para as tartarugas gigantes do oceano indico. Intensificando seus estudos ele conseguiu em 1877 expandir para 6 populações de tartarugas em galápagos e 4 em Seychelles e 4 nas ilhas Mascarenhas. Ele ainda criou uma teoria de que todas as espécies de tartarugas gigantes descendiam de uma unica espécie ancestral comum que havia se espalhado pelas ilhas através de pontes de terra durante as eras glaciais. No entanto, esta teoria não estava correta devido o fato de que os conjuntos de ilhas de Galápagos, Seychelles e Mascarenhas serem originárias de formação vulcânicas recentes e nunca estiveram conectadas a pontes de terras com os continentes. O que faltava para a teoria era o fato de as disperções de quelônios terrestres ocorre facilmente pela água, pois são animais extremamente resistentes a ausência de alimentos e a água doce. Dessa forma, conseguem atravessar nadando enormes distâncias oceânicas, para colonizar novas ilhas e até novos continentes. A teoria do ancestral comum também estaria correta, pois as tartarugas gigantes de galápagos descendem de um ancestral sul americano, que por sua vez descende de um ancestral africano, as tartarugas do oceano indico descendem de um ancestral originário da ilha de Madagascar, que por sua vez, descende também de um ancestral africano. Rothschild em seus estudos reconheceu a existência de outras 5 populações a mais de tartarugas de galápagos. Em 1905 Joseph R. Slevin numa expedição da Academia de Ciências da Califórnia coletou diversos espécimes para serem estudados pelo herpetologista John Van Denburgh, que identificou outras 4 espécies de tartarugas de galápagos e propoz a existência de 15 espécies no total ocupando as ilhas, motando um guia taxonômico das tartarugas de galápagos. Existiam 14 ou 15 espécies de Tartaruga Gigante de Galápagos antes da descoberta das Ilhas pelo homem, hoje em dia somente 10 espécies sobreviveram. Os grandes vilões dessa história são os marinheiros de navios caçadores de baleias e pescadores, que ao passarem pelas ilhas formavam estoques enormes de tartarugas, pois elas garantiam grandes estoques de comida e por um longo período de tempo, pois as tartarugas gigantes poderiam sobreviver por mais de um ano dentro de navios sem comida e sem água (as tartarugas ao se banharem podem absorver cerca de 15% de seu peso em água). Geralmente eram levadas primeiramente as fêmeas, pois elas são menores que os machos e podiam ser encontradas com maior freqüência próximas as costas durante as temporadas de desova. Até Charles Darwin chegou a comer algumas Tartarugas Gigantes. O golpe final que extinguiu diversa das espécies foi a inclusão de mamíferos nas Ilhas de Galápagos, propositalmente foram adicionadas cabras nas ilhas nos anos de 1950 como fonte de alimento alternativa para os marinheiros, esta tornaram concorrentes diretas das tartarugas, pois se alimentavam das mesmas plantas e como a população de cabras cresceu rapidamente, ocorreu uma destruição da vegetação e uma grande erosão nos solos. Outro fator crucial foi a inclusão de ratos nas ilhas, que fugiram de navios ancorados, eles começaram a atacar os ovos de tartarugas diminuindo a taxa de natalidade e dificultando ainda mais a sobrevivência das Tartarugas Gigantes de Galápagos recém nascidas. O Parque Nacional de Galápagos e a Fundação Charles Darwin foram criados em 1959 e desde de 1965 vem conseguindo recuperar com seus programas a população de Tartarugas Gigantes de Galápagos. Onde os ovos são incubados artificialmente e as tartaruguinhas são criadas até atingirem 20 centímetros de comprimento de carapaça, na qual já podem ser soltas em suas ilhas de origem e as vegetações das ilhas estão sendo recuperadas para suportar novamente uma grande população. Até hoje aproximadamente 2500 tartaruguinhas já foram soltas em suas ilhas de origem. Existem basicamente dois tipos de carapaças uma chamada de carapaça de sela, pois possuí formato de sela de cavalo, o qual facilita que o pescoço da tartaruga atinja locais altos e sua ocorrência é mais comum em ambientes (Ilhas) mais secos, em geral são as que possuem menores tamanhos e a carapaça em formato de domo, mais redondo, que ocorre em ambientes (Ilhas) mais úmidas, que em geral possuem maiores tamanhos. O mantenimento em cativeiro, embora não recomendado fora de zoológicos por serem animais de grande porte, próximo da extinção e de exigirem diversos cuidados, deve apresentar um cercado bem robusto com cerca de 1 a 1,2 metros de altura, para resistir as fortes investidas desses animais que pode chegar a pesar 300 kg. O recinto deve ser ao ar livre e de grande tamanho, cerca de 300 m² por exemplar adulto, deve receber grande quantidade de luz solar e possuir bastante arbustos comestíveis e árvores de grande porte para prover sobra aos animais, sendo indispensável um tanque com cerca de 0,5 a 1,0 metros de profundidade, com rampas de pouca angulação (máx. 30º) para permitir o acesso a banhos, o recinto deve também possuir um abrigo aquecido para evitar que os animais hibernem nos meses de inverno. Sua alimentação é basicamente onívora, pois em ilhas remotas como as de Galápagos, os animais não se podem dar ao luxo de escolherem os alimentos. Se alimentam de ervas, ramos, frutos, cactos, restos de animais mortos e até excrementos. Em cativeiro deve-se ter o cuidado de fornecer uma dieta rica em fibras, para se evitar problemas intestinais, como por exemplo figos da índia (frutos e palmas), Opuntia arborea e Opuntia autoctona, além de hortaliças, pasto, feno, dentes leão, frutas como melão, melancia, maçãs, peras, jabuticabas, amoras, etc. Não deve faltar também uma parcela de proteínas, que pode ser a base de carne moída com pouco teor de gorduras. O acasalamento ocorre quase sempre nas épocas de chuva. os machos que são bem maiores que as fêmeas e são muito persistentes ao corteja-las, perseguindo-a onde quer que ela vá. As vezes dando a volta em tornos dela e mordendo suas patas. Quando a fêmea para e se esconde na carapaça em posição submissa, o macho inicia a montaria, subindo com suas patas dianteiras em cima da carapaça da fêmea. A cópula dura muito pouco tempo, para evitar o risco de esmagamento das fêmeas. Durante a cópula o macho emite fortes ruídos que podem ser ouvidos a enormes distâncias. As fêmeas costumam desovar de 4 a 10 ovos em áreas limpas, ensolaradas e com pouca inclinação. Os ovos são esféricos e medem cerca de 6 centímetros de diâmetro, o tempo de incubação varia entre 80 a 200 dias dependendo da temperatura e da quantidade de chuvas. O Arquipélago de Galápagos originou-se de uma série de erupções vulcânicas há cerca de 30 milhões de anos atrás, desde então diversas espécies vegetais começaram a habitar as ilhas, passado algum tempo as ilhas já suportariam vida animal de grande diversidade, se acredita que algumas foram introduzidas por acaso, acidentalmente, pois algumas espécies animais são parentes próximas das espécies existentes nos continentes sul-americano, como as iguanas terrestres e marinhas de Galápagos, as aves marinhas e finalmente as Tartarugas Gigantes de Galápagos. Elas possuem um parentesco bem próximo com as tartarugas sul-americanas Jabuti Tinga, Jabuti Piranga e a Tartaruga do Chaco, sendo esta última, uma das menores da família chelonoidis, sua parente mais próxima. Existem duas teorias, uma de que essas pequeninas tartarugas poderiam ser facilmente transportadas por balsas (troncos, galhos e outros restos vegetais flutuantes) para as ilhas de Galápagos; e outra de que enormes tartarugas gigantes continentais, parentes dessas pequeninas, tenha chegado as ilhas de Galápagos nadando; de qualquer maneira, os antepassados das tartarugas gigantes de Galápagos percorreram mais de 1000 km de distância e depois se dispersas pelas ilhas em épocas diferentes, dando assim origem as diversas populações e espécies de Tartarugas das ilhas, que são hoje uma das maiores representantes da Ordem Chelonia. As espécies de Tartarugas gigantes de Galápagos são: • Tartaruga Gigante de Galápagos do Vulcão Wolf: Chelonoidis becki (Rothschild, 1901). • Tartaruga Gigante de Galápagos de São Cristobal: Chelonoidis chathamensis (Van Denburgh, 1907). • Tartaruga Gigante de Galápagos de Santiago: Chelonoidis darwini (Van Denburgh, 1907). • Tartaruga Gigante de Galápagos de Pinzón: Chelonoidis duncanensis (Garman, 1817). • Tartaruga Gigante de Galápagos de Espanhola: Chelonoidis hoodensis (Van Denburgh, 1907). • Tartaruga Gigante de Galápagos de Santa Cruz: Chelonoidis porteri (Rothschild, 1903). • Tartaruga Gigante de Galápagos do Vulcão Cerro Azul: Chelonoidis vicina (Günther, 1875). • Tartaruga Gigante de Galápagos do Vulcão Sierra Negra: Chelonoidis guntheri (Baur, 1889). • Tartaruga Gigante de Galápagos do Vulcão Darwin: Chelonoidis microphyes (Gunther, 1875). • Tartaruga Gigante de Galápagos do Vulcão Alcedo: Chelonoidis vandenburghi (de Sola, 1930). • Tartaruga Gigante de Galápagos de Cerro Fatal: Chelonoidis donfaustoi Poulakakis et al, 2015. † Tartaruga Gigante de Galápagos de Pinta: Chelonoidis abingdonii (Günther, 1877). † Tartaruga Gigante de Galápagos de Floreana: Chelonoidis niger (Quoy & Gaimard, 1824). † Tartaruga Gigante de Galápagos de Fernandina: Chelonoidis phantastica (Van Denburgh, 1907). † Tartaruga Gigante de Galápagos de Rábida: Chelonoidis wallacei (Rothschild, 1902). † Tartaruga Gigante de Galápagos de Santa Fé: Chelonoidis sp. Filogenia:
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