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Tartaruga Aranha de Madagascar

    A Tartaruga Aranha de Madagascar possuí esse nome devido aos desenhos peculiares em sua carapaça no formato de teia de aranha e seu gênero Pyxis faz referência a sua carapaça de formato parecido com uma caixa. Essa espécie é uma das tartarugas terrestres mais belas conhecidas, porém justamente sua beleza acrescida da destruição de seu habitat, as levaram a riscos críticos de extinção (Convention on International Trade in Endangered Species "CITES" Appendix I e International Union for Conservation of Nature “IUCN” red list).

   Habitam o sul e o oeste de Ilha de Madagascar, principalmente as áreas costeiras, em locais florestas tropicais de baixa densidade, bosques de zonas áridas e arbustivas secas com precipitaçã m´dia de 500 mm de chuva por ano (Donque, 1972). A temperatura ideal média é entre 23 a 30 ºC, podendo chegar entre 15 a 21 ºC nos períodos mais frios. Estão acostumadas a uma umidade elevada de cerca de 80 %. Necessitam também de acesso fácil a água limpa, pois gostam de se banhar e beber água com certa frequencia, porém não são boas nadadoras, sendo perigoso morrerem afogadas em locais de profundidades maiores do que 15 cm. Durante o período seco do ano, essa espécie costuma se enterrar, como uma espécie de hiberação, retornando a atividade com as primeiras chuvas da estação úmida, que vai de Novembro a Abril (Walker et al., 2009).
   São tartarugas terrestres com a carapaça bem arredondada de coloração mesclada entre o preto e o amarelo, formando belos desenhos que lembram teias de aranha. O plastrão possuí coloração amarelada podendo ou não possuir desenhos ou manchas. A parte da frente do plastrão possuí certa mobilidade, podendo fechar levemente, devido a uma articulação situada entre as placas humerais e peitorais, que ajuda em sua proteção ao se esconder para dentro da caparaça. Os animais jovens possuem a carapaça mais arredondada de coloração predominante preta, com raias amarelas. Possuem pequeno porte, não ultrapassando os 20 centímetros de comprimento curvilíneo de carapaça e meio kilograma de peso.
   São reconhecidas 3 subespécies na espécie P. arachnoides:
   - A Tartaruga Aranha de Madagascar comum (P. a. arachnoides), que possuí um plastrão amarelo sem manchas e a parte da frente do plastrão, consegue se fechar completamente com a carapaça (Bour, 1979).
   - A Tartaruga Aranha do Norte de Madagascar (P. a. brygooi), que possuí um plastrão amarelo sem manchas e a parte da frente do plastrão, não consegue se fechar completamente com a carapaça (Bour, 1979).
   - A Tartaruga Aranha do Sul de Madagascar (P. a. oblonga), que possuí um plastrão amarelo com manchas pretas e a parte da frente do plastrão, pode se fechar completamente com a carapaça (Bour, 1979).
   Os machos possuem caudas mais longas e largas que das fêmeas e o plastrão dos machos é levemente convexo (Pritchard, 1979). As fêmeas costumam desovar apenas um enorme ovo por ano, medindo de 25 a 30 mm de largura por 33 a 35 mm de comprimento, que chega a pesar cerca de 17 gramas. Costumam efetuar essa desova de Fevereiro a Março e a incubação dura cerca de 4 a 6 meses, terminando com a chegada das chuvas. A taxa de nascimento é próxima de 75% (Randriamahazo et al. 79-81). Acredita-se que atinjam a maturidade sexual entre 8 a 12 anos de idade, porém a melhor idade reprodutiva começa após os 20 anos de idade e podem viver mais de 70 anos (Walker et al., 2004).
   Possuem uma alimentação baseada em vegetais, como plantas silvestres, folhas, flores e frutas (plantas pertencentes as famílias Didiereaceae e Euphorbiaceae) com cerca de 3 a 6 metros de altura (DuPuy and Moat, 1996). Em cativeiro aceitam bem alimentos como chicória, alfafa, almeirão, folhas de amora, couve, espinafre (em pequena quantidade pois possuí ácido oxálico que dificulta a absorção de cálcio), cenouras, cactus (opuntia), alface, folhas e flores de hibíscos, frutas devem ser oferecidas em menores quantidades (cerca de 30% da dieta) como melão, melância, pêra, maçã, morango, tomate. Aceitarão com uma frequencia menor ainda (cerca de 5% da dieta) proteína de origem animal, como insetos, moluscos e carnes (vaca, frango), sendo apenas necessário para animais jovens que possuem ritmo de crescimento maior. Na natureza costumam comer de vez enquando insetos, caramujos, lesmas e carniça. Outra boa opção são rações indusrializadas para tartarugas terrestres herbívoras.
   Acredita-se que essas pequenas tartarugas do gênero Pyxis sejam ancestrais diretas das enormes tartarugas gigantes do Oceano Indico. Há cerca de 11 milhões de anos atrás, elas flutuaram para as diversas ilhas próximas a Madagascar, dando origem aos gêneros Dipsochelys e Cylindraspis (Caccone et al., 1999).

Dados do Quelônio:
Nome: Tartaruga Aranha de Madagascar
Nome Científico: Pyxis arachnoides
Local onde viveu: Madagascar
Peso: Cerca de 0,5 quilograma
Tamanho: 20 centímetros de comprimento curvilíneo de carapaça
Alimentação: Onívora

Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Testudines
Subordem: Cryptodira
Família:Testudinidae
Gênero: Pyxis
Espécie: Pyxis arachnoides (Bell, 1827)

Sinônimos:
Pyxis arachnoides arachnoides:
- Pyxis arachnoides Bell, 1827
- Testudo (Pyxis) aranoides Gray, 1831 (ex errore)
- Pyxis aranoides Gray, 1831
- Pyxis madagascariensis Lesson, 1831
- Testudo (Pyxis) arachnoides Fitzinger, 1835
- Bellemys arachnoides Williams, 1950
- Pyxis arachnoides arachnoides Bour, 1979

Pyxis arachnoides brygooi:
- Pyxoides brygooi Vuillemin & Domergue, 1972
- Pyxis arachnoides brygooi Bour, 1979

Pyxis arachnoides oblonga:
- Pyxis arachnoides matzi Bour, 1979
- Pyxis arachnoides oblonga Bour, 1985

Referências:
- Bour, R. 1979. Les tortues actuelles de Madagascar (Republique malagache): liste systematique et description de deux sous-especes nouvelles (Reptilia-Testudines). Bull. Soc. Et. Sci. Anjou, N.S., T.X:141-154.
- Caccone, A., Amato, G., Gratry, O.C., Behler, J.L., and Powell, J.R. 1999. A molecular phylogeny of four endangered Madagascar tortoises based on mtDNA sequences. Molecular Phylogenetics and Evolution 12:1-9.
- Donque, G. 1972. The climatology of Madagascar. In Battistini, R and Richard-Vindard, G. (Eds.). Biogeography and Ecology of Madagascar. Junk (The Hague): pp. 87-144.
- Dupuy, D., and Moat, J. 1996. A refined classification of the primary vegetation of Madagascar based on the underlying geology: Using GIS to map its distribution and to assess its conservation status. In Lourenco, W. R. ed. Proceedings of the international Symposium on Biogeography of Madagascar. Editions de l'Orstrom, Paris: pp. 205-218.
- Fritz Uwe; Peter Havas (2007). "Checklist of Chelonians of the World". Vertebrate Zoology 57 (2): 292–293. ISSN 18640-5755.
- Pritchard, P.C.H. 1979. Encyclopedia of Turtles. T.F.H. Publications, Inc., Neptune, New Jersey.
- Vetter, Holger (2002) - Turtles of the World Vol.1. Africa, Europe and Western Asia. Edition Chimaira, Frankfurt.
- Walker, R.C. J., Rix, C., and Woods-Ballard, A.J. 2004. The export of the endangered Madagascar spider tortoise (Pyxis arachnoides) to support the exotic pet trade. Herpetological Bulletin 90:2-9.
- Walker, R.C.J. 2009. Comprehensive survey of spider tortoise distribution in Madagascargets underway in the north Turtle Survival Alliance Newsletter. August 2009.

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